A Stellantis, grupo responsável por marcas como Fiat, Peugeot, Citroën, Jeep e RAM, anunciou mais uma rodada de recalls envolvendo diferentes modelos comercializados no Brasil. Desta vez, os chamados de revisão emergencial envolvem problemas que podem ocasionar desde o vazamento de gases até riscos graves de incêndio, passando pelo acionamento acidental de airbags.

O recall atinge diretamente os SUVs Peugeot 2008, Citroën C3 Aircross e Citroën Basalt, além da picape Fiat Titano. Todos os proprietários dos modelos listados devem comparecer a uma concessionária da rede autorizada para realizar os reparos gratuitamente. A Stellantis reforça que, embora os incidentes ainda não tenham sido oficialmente registrados, a manutenção preventiva é crucial para a segurança dos ocupantes.

Problemas identificados nos SUVs franceses

Nos modelos Peugeot 2008, Citroën C3 Aircross e Citroën Basalt, todos ano-modelo 2025, a montadora identificou uma falha no coletor de admissão. O problema pode levar à obstrução da peça e provocar a evaporação de gases, o que, em casos extremos, poderia resultar em situações de não conformidade com normas ambientais e de segurança.

A Stellantis informou que o reparo nos SUVs leva aproximadamente quatro horas para ser concluído. A lista de chassis afetados foi divulgada e inclui exemplares específicos, variando entre os números SG559007 e SG576773 no caso do Peugeot 2008, SB546266 a SB546303 para o Citroën C3 Aircross e SB547003 a SB547150 para o Citroën Basalt.

Fiat Titano: risco ampliado de acidentes

A situação da picape Fiat Titano é ainda mais crítica. Nos modelos de 2024 e 2025, foi identificado um possível atrito entre o chicote central dianteiro e o suporte do painel de instrumentos. Esse defeito pode causar um princípio de incêndio, além do acionamento involuntário de airbags laterais e de cortina do lado do passageiro.

Esse tipo de falha representa um risco grave não apenas de danos materiais, mas também de acidentes que podem resultar em ferimentos graves ou fatais aos ocupantes e até a terceiros. O tempo de reparo estimado é de uma hora. Os chassis afetados vão de RA805001 a SA818961.

Recorde de recalls em 2025

Com esta convocação, a Stellantis já soma 23 campanhas de recall apenas em 2025, um número elevado que acende um alerta sobre a complexidade e os desafios na produção em larga escala de veículos. Diversas marcas do grupo estão na lista, incluindo Peugeot, Fiat, Citroën, Jeep e RAM, cada uma com problemas distintos, mas todos com potencial de comprometer a segurança.

Entre as falhas mais comuns relatadas ao longo do ano estão defeitos em sistemas de retenção, como cintos de segurança, problemas nos coletores de admissão, falhas em chicotes elétricos e até riscos envolvendo rolamentos de rodas. A recorrência mostra a importância da inspeção constante e da transparência das montadoras em divulgar rapidamente os defeitos.

Outros recalls da Peugeot

A Peugeot já havia convocado campanhas para os modelos 208 e 2008 de 2024 e 2025. O defeito identificado estava na fixação da bomba de alta pressão, que poderia ocasionar vazamento de óleo do motor ou de combustível. Esse tipo de falha eleva o risco de incêndio, colocando em perigo os ocupantes.

O tempo de reparo nesses casos é de cerca de duas horas. Os números de chassis afetados vão de SG513775 a SG571599 para o Peugeot 208 e de SG502437 a SG569379 para o Peugeot 2008. Essas convocações reforçam a preocupação da montadora em agir preventivamente para evitar maiores problemas.

Fiat: foco em segurança dos ocupantes

A Fiat também figura entre as marcas com mais convocações neste ano. Entre os modelos já chamados estão Pulse, Argo e Fastback, todos 2025. A falha identificada está na fabricação do cinto de segurança, que pode não oferecer retenção adequada em caso de acidente.

Além disso, outro recall foi feito para Pulse, Nova Strada e Fastback de 2025 e 2026. Nesses casos, o problema voltou a estar relacionado ao coletor de admissão, repetindo o risco de evaporação de gases e de não conformidade com normas. O tempo médio de reparo varia entre duas e três horas, dependendo do modelo.

RAM 1500 Laramie: falha nos rolamentos

A Stellantis também incluiu a RAM 1500 Laramie, ano-modelo 2025, em seus recalls recentes. A picape apresenta risco de falha nos rolamentos das rodas dianteiras, o que compromete a leitura do sinal de velocidade. Essa falha pode desativar o controle eletrônico de estabilidade (ESC), aumentando o risco de acidentes graves.

Esse recall reforça que mesmo modelos robustos e premium não estão imunes a falhas que podem comprometer seriamente a dirigibilidade. O problema afeta diretamente a segurança em alta velocidade ou em situações de manobra brusca.

Citroën: desalinhamento de componentes

No caso da Citroën, os recalls mais recentes envolveram o hatch C3, o SUV C3 Aircross e o crossover Basalt. Todos equipados com motor T3, ano-modelo 2025, mas no caso do Aircross, também versões de 2023 e 2024. A falha identificada foi um desalinhamento entre a turbina e o conversor catalítico, capaz de causar vazamento de gases para o interior da cabine.

Além de riscos de incêndio, esse tipo de defeito também pode trazer consequências para a saúde dos ocupantes, pela inalação de gases nocivos. Esse tipo de problema é particularmente grave por comprometer tanto a segurança mecânica quanto o conforto e a integridade dos passageiros.

Jeep também está na lista

Embora não tenha sido envolvida no recall atual, a Jeep, também parte da Stellantis, já soma três programas de recall em 2025. A marca, conhecida pelos seus SUVs, precisou revisar componentes relacionados a segurança e emissões. A transparência nas convocações mostra o comprometimento do grupo com a correção de falhas, ainda que isso impacte a imagem da marca a curto prazo.

Importância do recall para consumidores

O recall é um direito garantido ao consumidor e uma obrigação das montadoras. Sempre que identificado um defeito que possa comprometer a segurança ou a conformidade ambiental, as empresas são obrigadas a comunicar publicamente e oferecer a reparação gratuita.

Apesar de ser um transtorno para o proprietário, participar de um recall é fundamental. A não realização do reparo pode colocar em risco a vida dos ocupantes e ainda trazer complicações legais em caso de acidentes. Além disso, veículos que não atendem às convocações podem perder valor de mercado e ter problemas em inspeções futuras.

Como agendar o reparo

Os proprietários devem entrar em contato diretamente com as concessionárias autorizadas das respectivas marcas. O agendamento pode ser feito online ou por telefone, e o reparo é sempre gratuito. É recomendável levar o documento do veículo para facilitar a conferência do chassi e confirmar se o carro realmente está incluído na campanha.

No caso do Peugeot 2008, Citroën C3 Aircross e Basalt, o reparo leva em média quatro horas. Já para a Fiat Titano, a intervenção é mais simples, com previsão de apenas uma hora. Para os demais modelos listados em campanhas anteriores, o tempo varia de acordo com o componente a ser substituído.

Impactos na imagem das marcas

Embora os recalls sejam uma ferramenta importante de proteção ao consumidor, o alto número de convocações em um curto espaço de tempo pode abalar a confiança dos clientes. Para Stellantis, que reúne diversas marcas no Brasil, a recorrência desses casos em 2025 é um desafio para manter a credibilidade.

Por outro lado, a transparência e a rapidez em anunciar as campanhas de reparo podem ser vistas como um ponto positivo. Mostra que o grupo não ignora falhas e assume a responsabilidade de corrigi-las antes que causem acidentes de grandes proporções.

Conclusão

O novo recall anunciado pela Stellantis reforça a importância de estar atento às campanhas de manutenção corretiva. Proprietários de Peugeot 2008, Citroën C3 Aircross, Citroën Basalt e Fiat Titano devem comparecer às concessionárias o quanto antes para realizar os reparos.

Com 23 campanhas já em andamento apenas em 2025, a Stellantis enfrenta o desafio de equilibrar qualidade de produção e segurança em larga escala. Para os consumidores, a recomendação é clara: não negligenciar convocações de recall, pois elas são a linha que separa pequenos transtornos de potenciais tragédias.