Toyota retomará produção no Brasil em novembro; motores virão do Japão

Toyota retomará produção no Brasil em novembro; motores virão do Japão

A Toyota do Brasil anunciou oficialmente que retomará a produção de veículos nas fábricas de Indaiatuba e Sorocaba a partir de novembro de 2025, após mais de um mês de paralisação causada por uma forte tempestade que atingiu o interior de São Paulo. A decisão foi confirmada pelo presidente da montadora, Evandro Maggio, que também informou que os motores utilizados nas linhas de montagem serão importados do Japão até que a unidade de Porto Feliz, responsável pela fabricação desses componentes, seja totalmente restabelecida.

A paralisação, que começou em setembro, afetou as três fábricas da Toyota no Brasil, todas localizadas no estado de São Paulo. O impacto mais severo ocorreu em Porto Feliz, onde ventos de até 90 km/h provocaram danos estruturais significativos no complexo industrial. Essa unidade é estratégica, pois fornece motores para as outras duas plantas — Indaiatuba, responsável pela montagem do Corolla, e Sorocaba, onde são produzidos o Corolla Cross e o Yaris.

Segundo o presidente da montadora, a retomada será feita de maneira gradual, com foco prioritário na segurança dos colaboradores e na qualidade dos veículos. “A unidade de Porto Feliz continuará parada porque os danos foram severos. Em Indaiatuba e Sorocaba, a produção voltará de forma controlada, priorizando a segurança das pessoas e a excelência dos produtos”, declarou Maggio.

Para garantir a continuidade das operações nas demais fábricas, a Toyota optou por importar motores diretamente do Japão, uma medida emergencial que permitirá manter a produção ativa até que a planta de Porto Feliz esteja apta a operar novamente. Ainda não há uma definição sobre o volume total de motores que serão enviados, pois a empresa fará uma análise mensal de demanda e capacidade de produção.

Os primeiros modelos a retornarem às linhas de montagem serão o Corolla e o Corolla Cross, ambos em suas versões híbridas flex. O foco nos modelos eletrificados reforça a estratégia da marca em ampliar sua presença no segmento de mobilidade sustentável no país. Já as versões convencionais, com motores a combustão — flex e gasolina —, só deverão voltar a ser produzidas entre janeiro e fevereiro de 2026, segundo estimativas da empresa.

A Toyota informou ainda que o Yaris hatch, que deixou de ser comercializado no mercado brasileiro, também retornará à linha de produção em breve, mas exclusivamente para exportação. Essa retomada visa equilibrar o fluxo de entregas aos mercados da América Latina e manter o ritmo de exportações, uma das principais fontes de receita da operação brasileira.

Os modelos que voltam à produção em novembro já têm valores definidos no mercado nacional: o Corolla GLi HEV custará R$ 189.000, o Corolla Altis Premium, R$ 199.990, e o Corolla Cross XRX, R$ 219.890. A produção desses veículos híbridos é vista pela montadora como essencial para manter o fornecimento às concessionárias e sustentar a imagem da Toyota como referência em eficiência energética e confiabilidade.

Após o temporal de 22 de setembro, a empresa iniciou um processo de negociação com sindicatos para preservar os empregos nas três unidades afetadas. A partir de 24 de setembro, todos os trabalhadores foram colocados em férias emergenciais até 20 de outubro. Com a confirmação do retorno das fábricas de Indaiatuba e Sorocaba, os planos foram ajustados: 1.500 empregados em Indaiatuba e 5.800 em Sorocaba retornarão às suas atividades a partir de 21 de outubro, enquanto 800 funcionários de Porto Feliz permanecerão em layoff (suspensão temporária do contrato) por tempo indeterminado.

De acordo com Evandro Maggio, o plano para os meses de novembro e dezembro será recuperar o volume de híbridos não produzidos entre 23 de setembro e 31 de outubro. A Toyota também busca minimizar os impactos na cadeia produtiva, já que diversos fornecedores e concessionárias dependem do ritmo de produção da montadora.

A fábrica de Porto Feliz, que produz 205 mil motores por ano, sendo cerca de 800 unidades por dia, é considerada essencial para o funcionamento do ecossistema Toyota no país. Deste total, 21 mil motores são exportados anualmente para os Estados Unidos. Apesar dos danos estruturais no prédio, os equipamentos industriais sofreram apenas danos superficiais, o que permite uma reinstalação gradual dentro da mesma área, em locais mais seguros e adaptados.

Os trabalhos de limpeza e remoção de escombros seguem em andamento, mas parte da área ainda é considerada de risco. Embora o prejuízo financeiro total não tenha sido divulgado, a companhia já confirmou que o foco atual é restabelecer a produção com segurança e eficiência. “Nossa prioridade é restabelecer a operação. Precisamos manter a cadeia produtiva funcionando, já que fornecedores e concessionárias dependem de nós”, afirmou o presidente da Toyota.

Maggio destacou que, apesar da gravidade do episódio, não houve fatalidades. Dezoito funcionários ficaram feridos, receberam atendimento médico imediato e seguem sob acompanhamento físico e psicológico. O executivo agradeceu o apoio recebido da matriz japonesa e de parceiros internacionais. “Estamos recebendo suporte da Toyota Motor Corporation e de fornecedores em todo o mundo. Isso nos dá confiança para avançar na recuperação e manter nosso compromisso com a mobilidade sustentável na região”, declarou.

A retomada parcial das atividades acontece em meio a um momento de transição e expansão da operação da Toyota no Brasil. Como já havia sido divulgado anteriormente, a companhia pretende encerrar as atividades da planta de Indaiatuba até julho de 2026, transferindo integralmente a produção do Corolla para uma nova unidade localizada em Sorocaba, batizada internamente de “Sorocaba 2”. Essa nova planta está em construção e deve ser concluída no segundo semestre de 2026, integrando novas tecnologias de manufatura e processos de eletrificação.

A atual fábrica de Sorocaba, conhecida como Sorocaba 1, já produz o Corolla Cross e o Yaris para exportação. A unidade será também a responsável pela montagem do Yaris Cross, um SUV compacto que será lançado em breve no mercado brasileiro e promete disputar espaço com modelos como o Honda WR-V, Renault Kardian e Volkswagen Tera.

O lançamento do Yaris Cross, inicialmente previsto para outubro de 2025, foi adiado devido à paralisação das fábricas. O modelo contará com motor 1.5 híbrido flex de injeção direta, uma nova geração de propulsor diferente do 1.8 híbrido usado atualmente no Corolla e Corolla Cross. A Toyota ainda avalia onde será feita a produção desse novo motor, que representa a última etapa da recuperação da planta de Porto Feliz.

Essa movimentação reflete a estratégia global da Toyota de fortalecer sua linha de veículos híbridos e ampliar o portfólio de eletrificados na América Latina. Mesmo diante dos desafios recentes, a montadora reafirma seu compromisso com a sustentabilidade e a eficiência energética, buscando reduzir emissões e promover tecnologias que conciliem desempenho e responsabilidade ambiental.

O impacto da tempestade ocorreu justamente em um momento de forte desempenho comercial da marca no Brasil. O Corolla Cross havia sido o SUV mais vendido do país por dois meses consecutivos, superando concorrentes de peso como o Honda HR-V e o Volkswagen T-Cross. A paralisação inesperada interrompeu esse ritmo positivo, mas a Toyota acredita que conseguirá recuperar o volume de vendas perdido até o início de 2026, com foco especial nos híbridos flex.

Especialistas do setor destacam que a resiliência da Toyota e sua capacidade de reorganizar a produção rapidamente são diferenciais que explicam a força da marca no Brasil. Mesmo com os prejuízos e a paralisação de uma unidade-chave, a empresa conseguiu preservar empregos, manter sua rede de fornecedores ativa e garantir a continuidade do fornecimento de veículos híbridos — algo que poucas montadoras conseguiriam em tão pouco tempo.

Além disso, a importação temporária de motores do Japão representa uma medida logística complexa, mas eficaz para preservar a competitividade da operação brasileira. O processo exige uma coordenação precisa entre as equipes de manufatura e de comércio internacional, reforçando o papel da Toyota como referência em gestão de crise e eficiência operacional.

A retomada das fábricas brasileiras também ocorre em um contexto global de reorganização da indústria automotiva, marcada pela transição energética e pela demanda crescente por veículos híbridos e elétricos. O Brasil, por sua vez, tem se destacado como um mercado estratégico para o desenvolvimento de tecnologias flex híbridas, que combinam a eficiência dos sistemas elétricos com a versatilidade dos biocombustíveis — uma inovação liderada pela Toyota.

A empresa segue otimista quanto ao futuro de suas operações na região. “O Brasil é fundamental para nossa estratégia na América Latina. Continuaremos investindo em tecnologia, segurança e sustentabilidade, sempre com o compromisso de oferecer produtos que melhorem a vida das pessoas”, concluiu Maggio.

Com a retomada gradual das atividades e a reorganização de sua cadeia produtiva, a Toyota reafirma sua posição como uma das montadoras mais sólidas do país. A importação de motores japoneses, embora temporária, é um símbolo da capacidade da marca de reagir com rapidez e planejamento, garantindo que a inovação e a confiança continuem sendo as principais marcas da Toyota no Brasil.

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