O Brasil está acelerando a transição para a mobilidade sustentável, e os números comprovam: em apenas quatro meses de 2025, já foram emplacados 248 ônibus elétricos, quase o total registrado em todo o ano de 2024. A Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) passará a divulgar mensalmente esses dados, assim como já faz com carros elétricos, trazendo mais transparência ao mercado.
De 2022 a 2025, o país somou 642 ônibus elétricos emplacados, um crescimento expressivo que reflete o aumento da demanda por transporte limpo. A região Sudeste lidera com 89% das vendas, sendo São Paulo o maior mercado, com 518 unidades. Enquanto isso, Sul (8%), Centro-Oeste (2%), Nordeste e Norte (1% cada) mostram que a eletromobilidade ainda está concentrada, mas em expansão.
Segundo Ricardo Bastos, presidente da ABVE, a iniciativa de divulgar esses números reforça o compromisso da entidade em mapear e impulsionar a eletromobilidade no Brasil. “Queremos ser a referência em dados confiáveis e atuar ativamente nas políticas públicas do setor”, afirmou. A próxima etapa será incluir caminhões, motos e veículos levíssimos, como bicicletas elétricas, nas estatísticas.
Crescimento acelerado e diversificação de fabricantes
O mercado de ônibus elétricos no Brasil está em franca expansão, com um aumento significativo na oferta de modelos e fabricantes. Em 2023, apenas três montadoras atuavam no segmento, enquanto hoje já são seis produtoras nacionais e três importadoras. Essa diversificação ajuda a reduzir custos e amplia as opções para operadoras de transporte.
Além disso, a escala de produção está permitindo que os preços se tornem mais competitivos, impulsionando a adoção por parte de empresas de transporte público e frotas corporativas. Grandes cidades como São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte já têm frota elétrica em operação, e outras metrópoles devem seguir o exemplo nos próximos anos.
O governo também tem papel fundamental nesse cenário, com linhas de financiamento e incentivos fiscais para a compra de ônibus zero emissão. Programas como o ProClima (SP) e o Fundo Verde (RJ) são exemplos de políticas que estão ajudando a impulsionar a eletrificação do transporte urbano.
Desafios e oportunidades para a expansão nacional
Apesar do crescimento, a distribuição regional ainda é desigual, com o Sudeste dominando quase 90% do mercado. Estados como Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal aparecem com números promissores, mas o Norte e Nordeste ainda têm participação tímida. A falta de infraestrutura de recarga e o custo inicial elevado são as principais barreiras.
Por outro lado, novos projetos de lei e parcerias público-privadas estão surgindo para viabilizar a expansão. A ABVE defende mais investimentos em eletropostos e subsídios para frotas municipais, medidas que podem ajudar a democratizar o acesso a essa tecnologia.
Outro ponto crucial é a capacitação técnica para manutenção desses veículos. Algumas cidades já estão criando centros de treinamento especializados, garantindo que a mão de obra acompanhe a evolução tecnológica.
O futuro da mobilidade elétrica no Brasil
A decisão da ABVE de publicar dados mensais sobre ônibus elétricos é um marco para o setor, pois permite acompanhar a evolução do mercado em tempo real. Com a inclusão de caminhões e motos elétricas em breve, a associação se consolida como a principal fonte de informações sobre eletromobilidade no país.
A projeção para 2025 é que o Brasil ultrapasse 500 ônibus elétricos emplacados, batendo recordes consecutivos. Se o ritmo se mantiver, em cinco anos o país pode se tornar um dos maiores mercados da América Latina nesse segmento.
Com mais fabricantes, políticas de incentivo e infraestrutura em desenvolvimento, o Brasil está no caminho certo para uma revolução no transporte sustentável. E você, acredita que os ônibus elétricos vão dominar as cidades brasileiras em breve? 🚍⚡