O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (12) que pode elevar ainda mais as tarifas sobre automóveis importados, pressionando as montadoras a aumentarem investimentos em solo americano. Durante um evento na Casa Branca, Trump declarou: “Posso aumentar essa tarifa num futuro não muito distante. Quanto mais alto, maior a probabilidade de construírem uma usina aqui.” A medida reforça sua estratégia de “America First”, que já impactou a indústria global.
Para justificar a possível alta, Trump citou investimentos recentes de gigantes automotivas, como o anúncio da General Motors (GM) de US$ 4 bilhões em três fábricas nos EUA, incluindo a realocação de parte da produção de SUVs do México. Ele também mencionou os US$ 21 bilhões prometidos pela Hyundai em março, que incluem uma nova siderúrgica. “Eles não teriam investido 10 centavos se não tivéssemos tarifas”, afirmou, referindo-se às taxas de 25% sobre aço e automóveis impostas em 2018.
Apesar dos discursos otimistas, as montadoras lutam contra os custos crescentes. A Ford e a Subaru já aumentaram preços de alguns modelos devido às tarifas, enquanto a GM estima perdas de até US$ 5 bilhões, principalmente por importar veículos acessíveis da Coreia do Sul. Em maio, a Ford projetou um impacto de US$ 1,5 bilhão em lucros, mostrando como a guerra comercial pesa no setor.
Casa Branca tenta equilibrar política protecionista
Em abril, Trump assinou uma ordem para amenizar os efeitos das tarifas, oferecendo créditos fiscais de até 15% para veículos montados nos EUA. A medida visa compensar os custos de peças importadas e estimular a relocalização de fábricas. No entanto, analistas alertam que a estratégia pode encarecer carros populares e reduzir a competitividade das montadoras americanas no mercado global.
Enquanto isso, a União Europeia e a China já retaliaram com tarifas sobre produtos dos EUA, criando um cenário de incerteza para a indústria. A Toyota, por exemplo, criticou a política, afirmando que investimentos planejados nos EUA podem ser revistos se as taxas subirem. Para o consumidor, o risco é claro: preços mais altos e menos opções nas concessionárias.
O governo Trump insiste que as tarifas são temporárias e servirão para reconstruir a base industrial americana. Mas com a economia global desacelerando, a aposta pode sair cara. Se a medida avançar, 2025 pode ser um ano decisivo para o futuro da indústria automotiva nos EUA.
O que esperar do mercado automotivo em 2025?
Especialistas projetam que, se as tarifas subirem, montadoras acelerarão a transição para elétricos, já que muitos componentes são produzidos localmente. A Tesla, por exemplo, tem vantagem por operar fábricas nos EUA, enquanto rivais como Volkswagen e BMW podem sofrer com custos extras.
Além disso, o México e o Canadá — parceiros do USMCA (novo NAFTA) — podem se tornar alternativas estratégicas para evitar taxações. A GM, por exemplo, já anunciou que manterá parte da produção no México, mas com foco em exportações para outros mercados.
Para o Brasil, o impacto é indireto: exportações de autopeças podem crescer, já que as montadoras buscarão fornecedores fora da China. No entanto, o risco de uma guerra comercial ampliada preocupa economistas, que veem nas tarifas um obstáculo à recuperação pós-pandemia.
Conclusão: Protecionismo ou risco para a economia?
A política de Trump dividiu opiniões: enquanto alguns aplaudem o retorno de empregos industriais, outros alertam para inflação e redução de investimentos. Se as tarifas automotivas subirem, o preço final dos carros nos EUA pode disparar em até 10%, segundo o Center for Automotive Research.
Enquanto isso, as montadoras correm contra o tempo para adaptar suas cadeias produtivas. Uma coisa é certa: 2025 será um ano de ajustes — e os consumidores podem pagar a conta.
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