As montadoras chinesas têm conquistado seu espaço em território brasileiro e vêm se fortalecendo com crescimentos exponenciais, chegando a uma expectativa de representarem, com veículos híbridos e elétricos, 55% das vendas de veículos zero km em 2040. E é possível enxergar esse crescimento ao analisar o investimento, principalmente em mídias, que as montadoras chinesas têm feito no Brasil.

Analisando apenas publicidades em canais de televisão, as montadoras chinesas representaram mais de um terço das propagandas de carros que foram veiculadas na TV aberta e paga do país. Sem muitas surpresas, as marcas que se destacaram no volume de propagandas para televisão foram a BYD e a GWM, marcas que vêm dominando no país o setor dos elétricos e híbridos com designs modernos, alta tecnologia e preços atrativos.

Uma pesquisa feita pela Tunad (empresa de inteligência de mídia) mostra que a BYD e a GWM, em 2023, somaram 6.723 propagandas, representando 38,4% das inserções que veicularam na televisão brasileira na categoria de veículos. A GWM começou a investir em propagandas de televisão em fevereiro e somou um total de 2.062 inserções ao longo do ano e, apesar de ser considerada uma boa ofensiva de marketing, não chegou perto do número de inserções realizadas pela sua rival BYD, que somou 4.701 inserções, sendo 2.218 delas apenas no mês de setembro de 2023.

É possível observar o fenômeno das montadoras chinesas não apenas no Brasil, mas também em todo o mundo. De acordo com uma pesquisa do grupo suíço UBS, as montadoras chinesas devem representar 33% da produção de veículos mundial até 2030, fazendo com que a produção ocidental, que hoje representa 81%, caia para 58% até o início da próxima década.

Podemos afirmar que a grande responsável por essa mudança será a BYD, que consegue produzir veículos modernos e inovadores com preços bastante atrativos. Isso se deve à estratégia de produção muito eficaz da BYD em termos de qualidade e custo, que é a independência no quesito fornecedores. Atualmente, a BYD consegue produzir 75% de seus carros com recursos próprios, garantindo um produto final de qualidade com custo bem menor do que as concorrentes, registrando uma vantagem de 25% em relação às montadoras ocidentais. Essa vantagem foi ainda maior na produção do sedan Seal, lançado no Brasil em 2023, onde apenas 10% dos componentes usados em sua produção dependeu de fornecedores ocidentais.

Fonte: https://automotivebusiness.com.br/pt/posts/setor-automotivo/publicidade-carro-tv-brasil-marcas-chinesas/